A chuva fina, mas persistente, continuava a cair sob o Recife na manhã do terceiro domingo de julho de 2010, mas nem de longe se assemelhava a tempestade que assolara o Nordeste, sobretudo em Alagoas e Pernambuco, deixando milhares de pessoas desabrigadas. Movidas pelo sentimento da solidariedade humana, esposa e filha pediram-me para deixá-las no Quartel do Derby (Comando Geral da Polícia de Pernambuco), que se transformara num celeiro não só de gêneros materiais diversos para os desabrigados, mas sobretudo de oportunidade para a prática do amor que enleva a alma, dignificando o ser humano, enquanto eu parti para uma outra atividade social em local diferente daquele.
À noite, sob o aconchego do lar, eu, esposa e filhos ficamos a comentar as experiências daquela manhã de julho de 2010, quando minha esposa relatou um fato muito comovente de uma jovem voluntária, que estava no supramencionado quartel, pois dias antes passara por uma tragédia familiar com a morte de forma trágica de sua queridíssima mãe e que só não havia cometido o suicídio em virtude de ter recuperado o ânimo para continuar vivendo por se sentir útil naquele trabalho voluntário.
Meditando no relato, quantos não desistem da vida física após tragédias pessoais marcantes, sem dar a oportunidade a si próprio como o fez aquela jovem cujo nome não lembro mais, porém nunca sairá da acústica de minha alma o seu relato marcante e com detalhes em tintas fortes, mas que ela soube superar com o amor ao próximo, constatando em si mesma o valor da terapia ocupacional no bem.
Que bom quando não precisamos passar por amargas experiências para poder encontrar a verdadeira razão de viver bem, pois como dizia, com muita propriedade, Carl Gustav Jung (Kesswil, 26 de julhode 1875— Küsnacht, 6 de junhode 1961), psiquiatrasuíçoe fundador da psicologia analítica, também conhecida como psicologia junguiana, “O objetivo da vida humana é servir a Deus através do desenvolvimento da consciência.” E o maior instrumento para se desenvolver a consciência é a convivência humana, que é um dos maiores desafios existenciais da atualidade, principalmente a convivência fraterna com os diferentes.
Ante o exposto, sugiro uma visita a um local que oferece oportunidade para experiências como a que viveu a jovem acima citada, um local onde se tem a oportunidade de lidar com crianças cujos traumas marcantes da vida são refrigerados por aqueles que lhes oferecem carinho sob a forma material e espiritual, sobretudo com espiritualidade, pois a melhor religião é aquela que mais homens de bem e menos hipócritas fizer, até porque Jesus não fundou uma religião, mas uma conduta de vida que cabe em qualquer religião ou instituição digna; estou me referindo ao Lar Paulo de Tarso (www.iclarpaulodetarso.org.br), Rua Clotilde Machado, 80 - IPSEP - Recife - PE - CEP: 51350-210, Telefone: (81) 3471.0919 - E-mail:
Autor: Francisco de Assis S. Rodrigues (PE)
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