Alegria é minúscula pepita que podemos descobrir após as tempestades.
Alegria nasce de um breve instante. Ela arrepia de repente – feito um raio, deixa réstias do que um dia nos foi sagrado. Os toques da alegria ficam na gente como cicatrizes sorridentes.
Alegria é partícula que irradia energia até os ossos. Alegria brota da nostalgia. Basta lembrar cores, aromas, gostos felizes e o lamento perde força. Com a alegria, lágrimas sorrateiras somem. E um novo riso brota, despretensioso.
Alegria é torniquete que estanca toda a ferida por onde se desperdiça o passado feliz.
Alegria é implante divino. Ela vem nas asas do Espírito; derrama-se na casa onde há luto e o órfão e a viúva conseguem contemplar, no vazio, a réstia da esperança. Se a alegria se insinua, as trevas e o tempo não apagam o rosto do amado que se foi.
Só alegria transubstancia a saudade mais trágica em vontade de viver.
Soli Deo Gloria
Autor: Pastor Ricardo Gondim (Ano 2015)
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