A violência grassa nos quatro cantos do planeta. A pretexto do poder, da fama, da glória, da posse do capital, do desenvolvimento tecnológico, das novas e recentes conquistas e descobertas da ciência, da exploração do cosmo etc., o homem materialista e incauto transforma-se, paradoxalmente, em seu maior predador. Macula a sua racionalidade e, em decorrência, exacerba na destruição do seu próprio habitat com a violência da natureza, sacrificada, em holocausto, no altar do egoísmo, da vaidade e do orgulho tolos.

E como se não bastasse, faz da morte do seu semelhante um meio de vida valendo-se da indústria de armas que fomenta guerras urbanas, rurais e entre nações; do tráfico de drogas e da violência suprema: o abortamento que nada mais é do que o assassinato covarde, frio e premeditado de um ser humano inocente e indefeso no ambiente que a natureza prepara para ser-lhe o mais seguro – o útero de sua mãe.

Este quadro estarrecedor parece vislumbrar a capitulação da paz para a violência. É preocupante, é bem verdade, mas não tem caráter definitivo e fatalista. Nem tudo está perdido. Esta certeza é real e determinística: a cultura da paz é o novo paradigma.

O homem de bem, de índole pacífica, adepto da não violência e cultor da paz interior (espiritual) e social, consciente da necessidade de se buscar reverter este estado “natural” de violência que hoje impera, olha para o alto e recorre ao Senhor da vida, em prece, solicitando ajuda para encontrar resposta à pergunta que com frequência se faz: o que fazer Senhor para que a paz reine em nosso mundo?

Para o homem de boa vontade, como era de se esperar, o socorro não tarda. Ele compreende a graça recebida e feliz exulta: o céu olhou pra mim e presenteou-me com a inspiração maior. A chuva se fez em forma de ideias objetivas capazes de construir a mudança. A planta nasceu e cada vez mais se enraíza no solo fecundo dos que creem que a vida triunfou sobre os fomentadores da desarmonia social e que ainda não sabem que o amor é maior e que este sentimento nobre é o penhor da certeza de que a paz se fará, a paz social, fonte geradora do progresso econômico e moral, da harmonia e da boa convivência entre povos e nações. Ela também é motivadora da paz ambiental. Sem agressão ao meio ambiente, o sol brilha despertando o dia, onde pássaros cantam, abelhas colhem, das flores, o néctar. A manhã resplandece alvissareira testemunhando que, como agradecida, a natureza canta a sua felicidade em saber que o homem agora compreende que a brisa acaricia a sua pele antes de aliviá-lo do calor, e mais, sabe que o fruto é doce, alimenta-o, garante-lhe a vida, e que a sua sede, cristalina, a água sacia. Assim, conscientizado, ele não polui mais as nascentes dos rios, não destrói as matas, não envenena o ar.

Com a paz ambiental a tarde penumbra em um crepúsculo belo e acolhedor, onde, gradativamente, a luz adormece convidando-nos a refletir sobre a transformação mágica que ocorre quando a noite chega com seus mistérios insondáveis. No jardim do céu, com flores reluzentes, o luar enternece cobrindo de prata mares, rios e florestas, evidenciando que a harmonia aconchega e libera o nosso pensamento, purificado, para uma busca maior. O ciclo se completa. Fecundada está a paz interior fruto do labor de todos aqueles que defendem e cultuam a não violência.

Não mais sofrimentos. A dor fenece. A vida, exuberante, revela felicidade perene, porque finalmente a paz acontece, a paz maior, fundamento da paz social e ambiental e referendo de que a verdade é eterna, única e imutável.

Consolida-se a certeza: o universo é lar. A casa do Pai, maravilhosa herança para nós, seus filhos, pois, a lei é divina e, em silêncio, premia toda a criação desde os inícios dos tempos. O Criador governa com o amor que harmoniosamente, neste cosmo infinito, alicerça a paz universal. 

Talvez, hoje, para muitos, a paz social, a paz ambiental e a paz interior sejam ainda quimeras, mas para nós que as buscamos, é uma conquista irreversível. Assim quer Deus, o Senhor da vida e da paz!

Autor: Marcondes Meireles (PE)

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